quinta-feira, 17 de junho de 2010

Olha o Xaman, gente!



Quem é Xaman? Adivinhe. Xaman chegou há quase um ano. Foi uma reviravolta. 

Quando ele se solta, todos riem, mas todos têm trabalho, não sabem o que fazer. 

Em reuniões, é um deus-nos-acuda. Corre sem parar. As crianças correm atrás para pegá-lo e nada. 

A correria continua.  Aí é pior. Xaman pula no sofá, pula no colo de quem não gosta e pula no colo de quem até gosta mas está ocupado e nada pode fazer.

Na sua corrida, é preciso estar atento, porque seu vento pode derrubar algumas coisas e tirar outras do lugar. 

Ele adora rasgar papeis e trapos e, principalmente, numa lição de desapego extremado, "dim-dim".


Quando toma água, o peito fica ensopado e sai pingando por onde passa.

Tem uma beleza sem igual e todos acham. Para finalizar, Xaman tem cinco proprietários, sendo dois sócios majoritários, uma sócia de matriz e dois outros que pagam as despesas.

Quem adivinhar, poderá adquirir alguma coisa parecida na rua das Flores, número dos amores.


PS: A sócio da matriz só reclama de uma coisa: ela precisava de 48 horas para dar conta dos afazeres. Agora, com o Xaman, ela precisa de 72 horas.





sexta-feira, 30 de abril de 2010

Histórias de meu avô

Para mim, algumas coisas marcaram o meu avô Dinho. Primeiro que ele ia a Barbacena nos visitar, lá vinha o velhinho com um saco de laranjas nas costas, descendo a rua, trazido de Capela Nova.

Em Belo Horizonte, quando morou conosco na Av. Brasil, lembro-me dele tocando “ofoclide” na sala. Um dia havia um saco de sal em cima da mesa. Como o velhinho era guloso, pensando ser açúcar, pegou um punhado e jogou na boca. Imediatamente cuspiu tudo, tiritando a língua, pois era sal.

Ouvi dizer que, de vez em quando, Dinho fazia um chá com pregos e tomava, dizendo que era bom para a saúde. Meu avô dizia: se tivesse certeza de entrar um uma bigorna, ser bastante marretado e saísse de lá novinho, inteiro, que ele o faria.

Dinho morreu em Belo Horizonte, em 1935, portanto, logo depois da eleição de 1933 em que votou. Ele precisava fazer uma cirurgia de próstata.

Saiu de casa andando e foi sozinho para o Hospital São Vicente. Fez a cirurgia e por lá ficou, não voltando mais. A cirurgia sangrava muito, talvez precisasse de uma transfusão que, na época, não existia.

Mamãe fez roupas pretas para todos nós. Meu pai conseguiu, mais tarde, levar os restos mortais do meu avô de Belo Horizonte para Capela Nova, num caixote de madeira, de condução, para ficar junto aos parentes e perto de sua esposa, Adelaide.

O vigário local, Padre José Duarte (Padre Juca) reformou a igreja e não se sabe que rumo tiveram os restos mortais de Dinho. Padre Juca, além de reformar a igreja, mudou o cemitério de lugar, que ficava ao lado da igreja.






quinta-feira, 1 de abril de 2010

As canções do coração

Aprendi a cantar no colégio. A professora ficava no meio da roda na sala de aula, cantando e fazendo gestos. As alunas ao seu redor, acompanhando. Ainda na 3a. série ginasial, Irmã Bonfilia nos ensinou após o término das aulas, a cantar:


Mon âne,
Mon âne,
A bien mal à la tête.
Madame Louise a fait faire
Un bonné pour sa tête  (2x)
Et des soliers lilas, las bas
Et des soliers lilas.

segunda-feira, 15 de março de 2010

E-mail de Zenaide

Este e-mail foi enviado pela querida Zenaide. Agradeço suas palavras elogiosas e a simpatia.


Boa tarde!
Foi uma agradável surpresa ao tomarmos conhecimento do livro " Minha Trajetória" de autoria da nossa estimada Ladinha. A autora conseguiu , com um  estilo simples , mostrar e sobretudo registrar, não só para os mais próximos, mas também para aqueles familiares mais distantes fatos e fotos que já se perdiam no tempo.

Como foi bom entrar em contato com histórias como a de Dona. Adelaide(Dindinha), que na verdade, com sua origem humilde, se tornou como uma " mola mestra" de toda sua geração, não só no sentido material, mas também em sua visão ousada para seu tempo.
Ver a foto ( para nós seus filhos ) do Seu Juca ainda menino foi muito emocionante, imensurável foi a emoção!

Foi também gratificante saber um pouco mais da brilhante trajetória de mais um membro da família: Ladinha, suas lutas, suas glórias: sua  vida! O livro também serviu de fonte na elaboração da árvore genealógica da Família Assis ( vide www.geni.com).

Enfim, valeu a pena! Parabéns a autora pela iniciativa.
Grande abraço,
Zenaide

sábado, 30 de janeiro de 2010

Meu avô paterno


Meu pai, Ortis Lopes de Faria, era filho de Lacordaire Lopes de Faria e Adelaide Amélia de Faria.

Meu avô Lacordaire, vulgo Solá, Tilá (pelos parentes) Dinho ou Dindinho (pelos netos), era professor de música e de solfejo, além de lavrador.

Ele mesmo tocava um instrumento de sopro que chamavam de “ofoclide. Este instrumento talvez fosse uma tuba ou um saxofone antigo.

Stella da Costa César, de Capela Nova, disse-me que achava muito interessante um velhinho dando aula de música. Em Capela Nova a turma se reunia para fazer festas de Carvalhada; o meu avô e parceiros iam para tocar.

Meu pai contou para meu irmão, Derinho, que ele tinha um cavalo branco de nome Bainho, muito bravo que ele mesmo adestrou. Nas festas de Capela Nova, papai entrava montado em seu cavalo branco, andando somente nas patas traseiras.

Vovô teve 10 irmãos (com ele, 11 irmãos). Ele nasceu no Glória, hoje Caranaíba, aos 15/08/1859.

Era filho de José Lopes de Faria, casado com Adelaide Cristina de Assis, a Dindinha ou Sá Adelaide. Esse casal morou no Glória, na Fazenda da Conquista, onde meu pai nasceu. A fazenda foi destruída em 1992.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Meu Pai






O sítio do Abreu, onde nasci, foi vendido para o Sr. Juca, que era sobrinho do meu pai. O Sr. Juca era filho do Sr. Assis, irmão do meu avô paterno, filho da Dindinha, minha bisavó paterna. Em época de seca, o Sr. Juca costumava dizer que, tirando a Nossa Senhora do altar-mor, provocava chuva. Após a morte do Sr. Juca, sua sobrinha recebeu o Sítio do Abreu como herança. Eu sou a filha nº 5 do casal Ortis Lopes de Faria e Maria Monteiro de Assis, Adelaide, apelido Ladinha e meu pai me chamava de Sobia, porque eu gostava de assobiar. Nos meus documentos consta Maria Monteiro de Souza, por erro do tabelião e urgência do documento, não houve tempo hábil para corrigir. Meu pai, Ortis Lopes de Faria era filho único e foi muito mimado.


O casal Dindinha e José Lopes de Faria teve 11 filhos, como já foi descrito. Além disso, Dindinha casou uma segunda vez com Anacleto Henriques, conhecido como Caleto. Desse casamento, Dindinha não teve filhos. Lacordaire, meu avô paterno, teve 10 irmãos (com ele, 11). Ele era filho de José Lopes de Faria, casado com Adelaide Cristina de Assis, a Dindinha ou Sá Adelaide. Esse casal morou no Glória, na Fazenda da Conquista, onde meu pai nasceu. A fazenda foi destruída em 1992. Hoje, em outubro de 2000, temos que atravessar um rio para chegar ao local de difícil acesso, onde se localizava a fazenda. Todo o material da fazenda foi levado, sabe Deus para onde. (Disseram que serviu para construir uma estrada de ferro). 


Papai não continuou os estudos, porque sua mãe morria de saudades e o ginásio que ele freqüentava passou a ser Escola Militar, onde os alunos, na época de servir o Exército, poderiam ser mandados para lugares distantes e seus pais não gostavam muito disso. Quando papai estava estudando, ele ficava na casa da sua avó materna, Maria do Carmo Duarte, a Barbuda, mãe de Adelaide Amélia. A Barbuda foi chamada assim porque possuia bigode e barba igual de homem. Ortis Lopes de Faria, meu pai, era filho de Lacordaire Lopes de Faria e Adelaide Amélia de Faria.

sábado, 2 de janeiro de 2010

A casa onde nasci



A casa simples onde nasci, pomposa para a época, era uma casa
grande do interior, com duas salas, uma maior e outra menor, quatro
quartos (dos quais dois eram de hóspedes), um do casal e das crianças e o outro, dos meus avós paternos; cozinha com fogão a lenha, ligada à despensa, um cômodo (casinha) do lado direito da entrada da casa, onde
meu pai trabalhava.

Meu pai era carpinteiro e marceneiro, porque além de muito inteligente, era criativo e habilidoso. Meu pai tinha um auxiliar de trabalho chamado Antonio Teresa. Segundo minha mãe, papai tocava um instrumento de sopro chamado “requinta”. Meu pai sabia solfejar. Isto eu pude perceber e ouvir muito bem quando um dia lhe apresentei a página de um livro com pautas musicais, que para mim era “grego”.

Lembro-me de que era um canto assim: “Quem foi, quem foi que pegou o louva-deus e comeu. Não fui eu, não fui eu, nem eu, nem eu...”

Saindo da casinha de trabalho onde meu pai executava os móveis e seus consertos, havia o paiol. Na parte de baixo do paiol ficava o chiqueiro e na parte de cima do paiol, o armazenamento de espigas de milho. Depois, mais longe, ficava o moinho de milho, para fazer fubá. Na época, o meu pai tinha uma discórdia com uma vizinha e parente, que impedia a chegada da água no moinho, que por falta de água, parava. Esta área era pantanosa.

Meu pai, às vezes plantava arroz e em outras vezes plantava milho. Do lado esquerdo da casa, havia um caminho para a mina d´água, onde até hoje uma árvore frondosa deixa o lugar fresco e agradável. O lugar onde se situa a casa chama-se “Sítio do Abreu”, devido ao nome do primeiro proprietário e fica num vale rodeado por morros.