sexta-feira, 30 de abril de 2010

Histórias de meu avô

Para mim, algumas coisas marcaram o meu avô Dinho. Primeiro que ele ia a Barbacena nos visitar, lá vinha o velhinho com um saco de laranjas nas costas, descendo a rua, trazido de Capela Nova.

Em Belo Horizonte, quando morou conosco na Av. Brasil, lembro-me dele tocando “ofoclide” na sala. Um dia havia um saco de sal em cima da mesa. Como o velhinho era guloso, pensando ser açúcar, pegou um punhado e jogou na boca. Imediatamente cuspiu tudo, tiritando a língua, pois era sal.

Ouvi dizer que, de vez em quando, Dinho fazia um chá com pregos e tomava, dizendo que era bom para a saúde. Meu avô dizia: se tivesse certeza de entrar um uma bigorna, ser bastante marretado e saísse de lá novinho, inteiro, que ele o faria.

Dinho morreu em Belo Horizonte, em 1935, portanto, logo depois da eleição de 1933 em que votou. Ele precisava fazer uma cirurgia de próstata.

Saiu de casa andando e foi sozinho para o Hospital São Vicente. Fez a cirurgia e por lá ficou, não voltando mais. A cirurgia sangrava muito, talvez precisasse de uma transfusão que, na época, não existia.

Mamãe fez roupas pretas para todos nós. Meu pai conseguiu, mais tarde, levar os restos mortais do meu avô de Belo Horizonte para Capela Nova, num caixote de madeira, de condução, para ficar junto aos parentes e perto de sua esposa, Adelaide.

O vigário local, Padre José Duarte (Padre Juca) reformou a igreja e não se sabe que rumo tiveram os restos mortais de Dinho. Padre Juca, além de reformar a igreja, mudou o cemitério de lugar, que ficava ao lado da igreja.






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